CONSTELAÇÕES INDÍGENAS
Constelações Indígenas Brasileiras
– 1
A OBSERVAÇÃO DO CÉU, sempre fez parte de Culturas Antigas, e também da Cultura Indígena Brasileira.
Na Observação
do Céu Noturno, surgem as Constelações, que
são agrupamentos de estrelas que podem formar desenhos e figuras para cada
sociedade.
O
Índio Brasileiro também percebeu pelo desdobramento cíclico de certos fenômenos
celestes, tais como o dia-noite, as fases da Lua e as estações do ano e que as
atividades de pesca, caça, coleta e lavoura obedecem a Flutuações Sazonais.
Assim, ele procurou entender essas Flutuações Cíclicas e utilizou-as, principalmente, para a sua
subsistência.
Tendemos
a julgar a cosmologia de outras civilizações através de nossos próprios
conhecimentos, desenvolvidos predominantemente dentro de um sistema educacional
ocidental.
A
Visão Indígena do Universo deve ser considerada no contexto dos seus valores culturais e
conhecimentos ambientais.
Esse conhecimento local se refere às práticas
e representações que são mantidas e desenvolvidas por povos com longo tempo de
interação com o meio natural.
O
Conjunto de Entendimentos, Interpretações e Significados faz parte de
uma complexidade cultural que envolve linguagem, sistemas de nomes e classificação,
utilização de recursos naturais, rituais e espiritualidade.
Em 1612, o Missionário Capuchino francês Claude d'Abbeville passou
quatro meses com os Tupinambás do
Maranhão.
Durante
esse tempo, ele escreveu o livro intitulado "Histoire de la mission de Pères Capucins en l'isle de Maragnan
et terres circonvoisins", que foi publicado em Paris no ano de 1614.
Em seu
livro, consta que o Povo Tupi identificava cerca de 30 Constelações, mas infelizmente o livro
apresenta detalhes de apenas sete delas.
Um fato
muito interessante é que as Constelações dos Índios Tupinambás são muito semelhantes
aquelas dos Índios Guaranis (do sul do Brasil), que eram separados por quase 3 mil km em linha reta,
por línguas (Tupi e Guarani) e pelo tempo (cerca de 400 anos).
Mas o fato
ainda mais intrigante é que algumas Constelações dos Índios Brasileiros eram as mesmas de outros Índios
da América do Sul, e até mesmo dos Aborígenes Australianos.
Os Índios Brasileiros davam maior importância para a região da VIA LÁCTEA, onde localizavam-se suas principais
constelações, que eram constituídas de estrelas e até nebulosas, principalmente
às escuras.
O Céu dos Índios era tão escuro e livre de
poluição que eles até criavam Constelações utilizando
apenas as Nebulosas Escuras, que são
bem visíveis apenas em céus muito escuros.
Assim como ocorre com a Astronomia
ocidental, a Astronomia
Indígena também é muito extensa e até mais complexa, afinal, estamos falando de
várias etnias e culturas diferentes.
Os Indígenas têm mais de 100 Constelações que eram passadas de geração a geração, e apesar de não haver muitos
registros sobre isso, as Constelações Indígenas ainda são usadas por muitos povos até hoje.
Quando
indagados sobre quantas constelações existem
no céu, os Pajés dizem que tudo que
existe na Terra também existe no céu, assim, cada animal tem seu correspondente
no céu e pode ser visto como uma constelação.
Essa é uma tentativa de não apenas
informar, mas também de resgatar parte da nossa Cultura
Ancestral, que é pouco divulgada, e apesar de ser muito rica em detalhes, ficou
praticamente esquecida.
Constelações
Indígenas - 2
Como os índios conheciam os braços da nossa
Galáxia.
Assim como ocorre com a Astronomia ocidental, a Astronomia Indígena também
é muito extensa e até mais complexa, afinal, estamos falando de várias Etnias e
Culturas diferentes.
TAPI'I RAPÉ - VIA LÁCTEA
TAPI'I RAPÉ significa Caminho da Anta, e era
assim que os índios brasileiros conheciam os braços da Via Láctea.
Seu nome, Caminho da Anta pode até soar estranho, mas a Via Láctea, que é a
maneira que conhecemos, também tem sua estranheza, afinal significa Caminho do Leite.
De qualquer forma, tanto a Cultura Grega quanto a Indígena Sul-Americana viam os
braços da nossa Galáxia como caminhos de alguma coisa.
Para os Povos Indígenas, a Via Láctea também representa a Morada dos Deuses.
Landutim (Tupi) - Guirá Nhandu (Guarani) - Constelação da Ema
Segundo relatos do Livro de D'Abbeville, "O Povo Tupinambá conhece uma
constelação chamada de LANDUTIM (Guirá NHANDU em Guarani), e segundo
os maranhenses, ela procura devorar duas outras estrelas, chamadas de 'UIRÁ-UPIÁ' que ficam
juntas, próximas da constelação".
Quando LANDUTIM (GUIRÁ
NHANDU) surge a leste,
na segunda quinzena de junho, ela indica o início do inverno para os índios do
sul do Brasil, e o início da estação seca para os índios do norte e nordeste.
A Constelação da Ema possui outra Constelação Indígena.
MBOI TATÁ (Tupi) - Constelação da Cobra
A Constelação que conhecemos como Scorpions é vista como
uma Cobra pelos índios, e é chamada
de MBOI (cobra em Guarani) MBOI TATÁ (Cobra de fogo), popularmente
conhecida como Boi Tatá, que por sua vez não tem nada a ver com boi, e sua
cabeça começa com a Estrela Antares.
MBOI TATÁ é uma cobra de fogo
de olhos brilhantes, que devora os olhos dos outros animais para que
os seus se tornem cada vez mais reluzentes.
Assim como Ema, Mboi também simbolizava o início do
inverno e da estação seca.
Constelações
Indígenas – 3
A Constelação do Homem Velho e seus
segredos
TUIVAÉ (Tupi) - TUYA'I (Guarani) - Constelação do Homem Velho
Essa Constelação representa um homem segurando um bastão, ou cajado, por
isso é visto como um "Homem
Velho".
Quando o "Homem
Velho" surgia na
segunda quinzena de dezembro, indicava o início do verão para os índios do sul,
e o início da estação chuvosa para os índios do norte e nordeste.
A Constelação do Homem Velho é formada pelas Constelações Ocidentais Taurus e Orion.
Segundo o mito popular, essa constelação
representa um homem cuja esposa estava interessada no seu irmão, e para ficar
com o cunhado, ela matou o marido cortando-lhe a perna.
Os deuses ficaram com pena do marido, e o transformou em uma
constelação.
A Constelação do "Homem Velho" possui outras 3 Constelações Indígenas:
EIXU (Guarani) - Constelação do Vespeiro – Plêiades
Eixu significa "Ninho de Abelhas" ou "Vespeiro" em Guarani, e marca o início do ano, quando
surge pela primeira vez no lado leste, antes do nascer do Sol - nascer helíaco
das Plêiades.
Na primeira quinzena de junho, segundo d'Abbeville, os índios
conheciam muito bem a Constelação de Eixu, e quando ela chegava, eles
comemoravam a chegada da chuva, que vinha logo depois.
Com essa Constelação que eles
Contavam os Anos.
TAPI'I RAINHYKÃ (Tupi) - Queixada da Anta
A Constelação de Tapi'i
Rainhykã, que significa Queixada da Anta também simbolizava o início
das chuvas para os tupinambás, no norte do país.
Ela ocupa o espaço no firmamento que conhecemos como Hyades.
JOYKEXO - Constelação
de Joykexo
JOYKEXO representa uma Linda Mulher, Símbolo da Fertilidade na Cultura Indígena.
Essa constelação servia como Orientação Geográfica, pois ela nasce exatamente no Leste,
e se põe exatamente à oeste.
JOYKEXO, além de ser o símbolo da fertilidade, também representa o Caminho dos Mortos.
JOYKEXO é
representada pelas estrelas que formam o Cinturão de Orion
Constelações Indígenas – 4
As Constelações da Anta, do Veado e da
Canoa
TAPI’I (Guarani) - Constelação
da Anta (Anta do Norte)
A Constelação
de TAPI'I, que significa Anta em Guarani.
Era conhecida principalmente pelas etnias de Índios Brasileiros que habitavam a região norte e nordeste do Brasil,
uma vez que essa região do céu fica muito próxima do horizonte se vista do sul
do país.
Ela se encontra completamente na região da Via Láctea, ou melhor, na
região de TAPI'I RAPÉ (Caminho da
Anta, como é conhecida pelos índios), e seu contorno realmente se
parece muito com uma anta.
Existem outras constelações que representam a Anta na Via Láctea, por
isso essa é conhecida como "Anta do Norte”.
A Constelação da Anta é formada pelas Constelações Ocidentais de
Cepheus, Cisne, Lacerta e Cassiopéia.
Quando a Constelação
da Anta é vista por
completo ao leste, na segunda quinzena de setembro, ela indica a transição
entre o frio e o calor para os índios do Sul, e entre a seca e a chuva para os
índios do Norte do Brasil.
GUAXU (Guarani) - Constelação do Veado
GUAXU (Guarani) - Constelação do Veado
A Constelação
do Veado (Guaxu em
Guarani) era conhecida principalmente pelos índios do sul do Brasil, tendo em
vista que para os índios do
norte e nordeste ela fica muito
próxima do horizonte.
A Constelação do Veado ocupa a região do céu onde encontramos as Constelações Vela, Carina, Musca e Cruzeiro do Sul.
A Constelação do Veado ocupa a região do céu onde encontramos as Constelações Vela, Carina, Musca e Cruzeiro do Sul.
Quando o Veado surge na segunda quinzena de março, indica a transição
entre o calor e o frio para os índios do sul do Brasil, e entre a chuva e a
seca para os índios do norte e nordeste.
YAR RAGAPAW (Tenetehara) - Constelação da Canoa
YAR RAGAPAW (Tenetehara) - Constelação da Canoa
A Constelação
da Canoa (YAR RAGAPAW em Tenetehara), idioma dos índios da Etnia Tembé) indica exatamente a posição do ponto cardeal norte.
A Constelação da Canoa se encontra da região das Constelações
Ocidentais Ursa Maior e Leão Menor, e era conhecida
principalmente pelos índios do norte e nordeste do Brasil, uma vez que ela se
encontra muito baixa no céu quando vista a partir do sul do país.
Portanto, quando ela
surgia para os índios do norte e nordeste em meados de março, indicava Tempo de Chuvas.
Constelações Indígenas - 5
Constelações das Cobras e da Onça.
MBOI (Tupi) - Constelação da Cobra
A Constelação da Cobra (MBOI) localiza-se na região do céu que
conhecemos como Scorpions, ou Constelação do
Escorpião, porém os índios veem Mboi sem considerar as garras do
escorpião, sendo que a Estrela Antares simboliza a cabeça da cobra.
MBOI GUASSU (Tupi) - Constelação da Cobra Grande
Segundo a Mitologia Indígena, a Cobra Grande (MBOI
GUASSU) acordou faminta e saiu em busca de alimentos, comendo os olhos dos
animais e das pessoas que encontrava, e posteriormente se tornou a MBOI TATÁ, que já é outra Constelação.
A Constelação de Mboi Guassu é vista em TAIPI'I
RAPÉ (Via
Láctea).
YAI (Tukano) - Constelação da Onça
A Constelação da Onça (YAI no idioma Tukano) está
dividida em Cinco pequenas constelações, que seriam YAI SIÕKHÃ (estrela que
ilumina a onça), YAI USEKA
POARI (bigode), YAI DUHPOA (cabeça), YAI OHPU (corpo) e YAI PIHKORÕ (rabo).
YAI fica
na região do céu onde encontramos as Constelações
de Cassiopéia, Andrômeda e Perseu.
A imagem da constelação é apenas uma especulação de sua forma.
Por outro lado, a região do céu está correta.
CONSTELAÇÕES INDÍGENAS - 6
Constelação
da Cruz, e a Constelação da Ema
WIRAR KAMY (Tenetehara) – Constelação Caminho da Cruz ou
Grande Relógio
A primeira Constelação WIRAR KAMY é o Caminho da Cruz, que representa um grande relógio/calendário para os índios do Brasil, pois ela começa a ser visível no mês de março,
deitada no horizonte com a parte de cima apontando para o leste, indicando o
ápice da estação das chuvas e o fim da semeadura.
Os rios ficam altos fazendo a pesca mais difícil, os frutos silvestres
se tornam raros, e as doenças tropicais como malária se proliferam, e por isso,
essa é considerada a época mais difícil para os índios.
Passados três meses, o Cruzeiro se encontra bem alto no céu de junho, indicando o início do período da seca, fartura de colheitas, fartura de banhos de rios, pescas, agradecimentos aos deuses e iniciação das moças da aldeia.
Passados três meses, o Cruzeiro se encontra bem alto no céu de junho, indicando o início do período da seca, fartura de colheitas, fartura de banhos de rios, pescas, agradecimentos aos deuses e iniciação das moças da aldeia.
Já em setembro, quando a Constelação de Wirar Kamy se aproxima do horizonte oeste
no início da noite, indica o ápice da estação seca e o início do plantio para o
próximo ano.
WIRAR KAMY (Tenetehara) – Constelação A Cruz dos Mortos
WIRAR KAMY (Tenetehara) – Constelação A Cruz dos Mortos
A segunda Constelação WIRAR KAMY dos índios tenetehara é conhecida também como A Cruz dos Mortos.
Ela se localiza na região do céu que conhecemos como Constelação de Orion, O Caçador.
As estrelas conhecidas popularmente como Três Marias e a Nebulosa de Órion (M42) compõem essa constelação
indígena.
Ela nasce exatamente no ponto cardeal leste e se põe exatamente à oeste,
percorrendo a linha equatorial, caminho dos mortos pela cultura indígena.
WIRANU (Tenehara) - Constelação da Ema
WIRANU (Tenehara) - Constelação da Ema
Quando a Constelação da Ema (WIRANU), que é a
maior ave da Amazônia, aparece no céu noturno, ela indica o início da estação
da seca, o que representa a época de colheitas principalmente para os índios do
norte e nordeste do país.
A Cabeça da Ema é formada pela Nebulosa escura Saco de Carvão, próximo do Cruzeiro do Sul.
A Cauda da Ema e grande parte de seu corpo é formada
pelas Constelações
de Escorpião, Ara e Lobo.
CONSTELAÇÕES INDÍGENAS - 7
As Constelações da Siriema, do
Beija-Flor e do Jabuti
AZIM (Constelação
da Siriema), MAINAMY (Constelação do Beija-Flor) e ZAUXIHU-RAGAPAW (Constelação do
Jabuti).
AZIM (Tenetehara) - Constelação
da Siriema
Quando AZIM aparece
na região alta do céu noturno, ela também indica o início da estação da seca,
no mês de junho e julho.
Ela encontra-se abaixo de WIRANU (Constelação
da Ema), onde encontramos as Constelações Ocidentais Coroa Austral, Telescópio,
Sagitário e Escorpião.
Um fato interessante dessa constelação é que algumas partes que a
constituem (como o bico), são na verdade manchas claras e escuras da Via
Láctea.
A Siriema possui um penacho em sua cabeça, e os Índios Tembé dizem que na constelação, a Siriema carrega seus dois ovinhos para que a Ema, a comedora de ovos, não os devore.
MAINAMY (Tenehara) - Constelação do Beija-Flor
A Siriema possui um penacho em sua cabeça, e os Índios Tembé dizem que na constelação, a Siriema carrega seus dois ovinhos para que a Ema, a comedora de ovos, não os devore.
MAINAMY (Tenehara) - Constelação do Beija-Flor
Conta a Lenda que o Chefe dos
Beija-Flores (MAINAMY) vê um lugar chamado KARU-PEAHARY, que era um lugar seco e sem
água.
A Deusa Mayra com todos os beija-flores fez um poço para saciar a
sede de MAINAMY, que é
representado pela região que encontramos a Constelação Ocidental de Corvo.
Ela se encontra muito alto no céu entre o norte e o sul, e surge no mês
de maio, ficando visível até setembro, época de festas nas Aldeias
Tembé-Tenetehara, que são comemoradas com banhos de rio e a Festa da
Moça, que é um ritual de passagem das jovens e
dos jovens índios para a vida adulta.
ZAUXIHU RAGAPAW (Tenetehara) - Constelação do Jabuti
ZAUXIHU RAGAPAW (Tenetehara) - Constelação do Jabuti
A Constelação
ZAUXIHU RAGAPAW se encontra no lado
norte do céu, ocupando a região que conhecemos como Coroa Boreal.
A medida que o JABUTI vai percorrendo o céu noturno,
entre maio e agosto, significa que os índios estão enfrentando o final da época
das chuvas.
CONSTELAÇÕES INDÍGENAS - 8
Os Índios
tinham 'Ano Novo' e um Calendário.
AS
PLÊIADES - Calendário
dos Índios Brasileiros
Na Cultura Indígena, o ano se inicia quando nasce ao leste, antes do Sol, o famoso aglomerado de estrelas que conhecemos como Plêiades.
Na Cultura Indígena, o ano se inicia quando nasce ao leste, antes do Sol, o famoso aglomerado de estrelas que conhecemos como Plêiades.
Ou seja,
para a maioria dos Povos Indígenas, o ano começa em meados de junho (aproximadamente no dia 10), com o nascer helíaco das Plêiades.
O Nascer
Helíaco das Plêiades,
quando elas apontam no horizonte leste um pouco antes do Sol.
Créditos: Galeria do Meteorito / STELLARIUM
Créditos: Galeria do Meteorito / STELLARIUM
Mas claro que esse famoso aglomerado de estrelas é conhecido por outros
nomes entre os índios brasileiros, e cada etnia fazia uma alusão diferente a
esse objeto cósmico.
Povo: TEMBÉ - TENETEHARA
ZAHY TATA PI'I - As Estrelas Reunidas
ZAHY TATA PI'I - As Estrelas Reunidas
Na Astronomia Ocidental, essa região do céu é conhecida como as Plêiades, e localiza-se na Constelação de Touro.
É considerada um berçário de estrelas.
A olho nu, podemos enxergar sete dessas estrelas.
ZAHY TATA PI'I significa Estrelas Reunidas, e segundo a Cultura Tembé-Tenetehara, elas carregam uma maldição, e
aquele que conseguir contar as sete estrelas morrerá no mesmo dia.
No mês de novembro, quando elas surgem ao leste (durante a noite), os
índios se preparavam para a estação das chuvas, que chegava alguns dias depois.
Em meados de junho, quando ela desaparecia à oeste, significava o início
da estação de seca.
Povo: BORORÓ
AKÍRI-DÓGE - Penugem Branca
Povo: BORORÓ
AKÍRI-DÓGE - Penugem Branca
Para os Índios Bororó, que habitam no estado do Mato Grosso do Sul, o agrupamento de estrelas que conhecemos como Plêiades, é chamado de AKÍRI-DÓGE, que significa Penugem Branca, já que o aglomerado quando visto de soslaio se parece mesmo com uma névoa, mancha ou penugem branca.
AKÍRI no idioma Bororó significa penugem branca de
qualquer ave.
Alguns relatos dizem ainda que seu significado seja Angico Branco, uma árvore que durante a
floração parece vestida de penugem branca.
No fim de junho, ela também avisa o início da estação seca.
Os Bororó realizavam uma festa chamada de AKÍRI-DÓGE E-WÚRE KOWÚDU (Akíri-dóge = Penugem Branca; E = delas; wúre = pé; Kowúdu = queima), que significa "Queima dos pés da Penugem Branca".
Os Bororó realizavam uma festa chamada de AKÍRI-DÓGE E-WÚRE KOWÚDU (Akíri-dóge = Penugem Branca; E = delas; wúre = pé; Kowúdu = queima), que significa "Queima dos pés da Penugem Branca".
Essa festa consistia em uma fogueira onde os índios cantavam, dançavam e
passavam sobre o fogo, quase queimando seus pés, na intenção de pedir que a
estação seca, (representada pelas Plêiades) fosse prolongada, favorecendo a
vida nômade e suas tarefas.
Povo: Tukano
ÑOHKOATERO - Conjunto de estrelas
Povo: Tukano
ÑOHKOATERO - Conjunto de estrelas
Para os Povos Tukano, que habitam na Amazônia, o famoso aglomerado estelar das Plêiades também é muito importante para a contagem do ano indígena, e é chamado de ÑOHKOATERO (Conjunto de estrelas).
Povo: Tupinambá
SEICHU
Assim como acontecia com as outras etnias, o nascimento do famoso aglomerado chamado de SEICHU para os tupinambás simbolizava o início do ano e da estação seca.
Povo: Guarani
EIXU – Vespeiro
Já que estamos falando apenas da visão que vários povos indígenas tinham das Plêiades. EIXU significa "ninho de abelhas" ou "vespeiro" em guarani, e assim como nas outras etnias, ela também marca o início do ano quando surge pela primeira vez no lado leste, antes do nascer do Sol (nascer helíaco das Plêiades).
Constelações Indígenas – 9
Existem mais de 100 constelações indígenas, e como são várias etnias e
culturas diferentes, as constelações podem ter nomes, formas e histórias
diferentes.
Índios Tukano
Os Índios Tukano, localizados no noroeste da Amazônia, têm uma paixão muito profunda com o céu noturno e suas constelações, chamadas de ÑOHKOA MAHSÃ (Seres ou Gente-Estrela).
Índios Tukano
Os Índios Tukano, localizados no noroeste da Amazônia, têm uma paixão muito profunda com o céu noturno e suas constelações, chamadas de ÑOHKOA MAHSÃ (Seres ou Gente-Estrela).
Os
Tukano possuem
uma lista de 9 Constelações principais, que são chamadas de ÑOHKOA DIARÃ MAHSÃ.
Constelações Tukano:
Arte
representa as principais constelações dos povos Tukano, Tuyukas e Dessanos.
Algumas Constelações
possuem seus SIÕKHÃ (Brilhos), que são estrelas mais
brilhantes da constelação, que seria responsável pelo brilho dela toda.
Algumas
vezes, os SIÕKHÃ podem ser Planetas.
Os SIÕKHÃ podem ter
nomes próprios e podem funcionar como constelações, por isso, recebem nomes
especiais.
AS NOVE PRINCIPAIS CONSTELAÇÕES TUKANO:
AS NOVE PRINCIPAIS CONSTELAÇÕES TUKANO:
A Tabela abaixo reproduz o Ciclo de Constelações dos Índios
Tukano e Dessana do Rio
Tiquié, e
indica também a região do céu em que estão situadas e a época do ocaso de cada
uma delas:
Algumas Constelações
que se põem na mesma época, quase juntas, são consideradas Constelações Parceiras, NOHKOÃ BAHPARITIRÃ.
Os Eventos Mitológicos que dizem sobre a origem dessas constelações narram histórias de personagens que foram mortos, cortados e lançados no céu, transformados em Gente-Estrela (ÑOHKOA MAHSÃ), em Constelações.
ÍNDIOS BORORÓ
Os Índios Bororó conhecem o nome de várias Estrelas (IKÚIE) e Constelações.
Os Eventos Mitológicos que dizem sobre a origem dessas constelações narram histórias de personagens que foram mortos, cortados e lançados no céu, transformados em Gente-Estrela (ÑOHKOA MAHSÃ), em Constelações.
ÍNDIOS BORORÓ
Os Índios Bororó conhecem o nome de várias Estrelas (IKÚIE) e Constelações.
Uma lenda
diz que os Espíritos KOGAEKOGÁE-DOGE, ensinaram
aos índios a denominação dos Astros e das Constelações.
Normalmente,
suas Constelações são constituídas por apenas quatro ou cinco estrelas, bem
próximas umas das outras.
Quando não
há luar, suas Constelações servem para determinar a hora da noite.
As Constelações
mais utilizadas pelos Bororó para marcar a hora da noite são aquelas que
conhecemos como Cruzeiro do Sul e Plêiades.
AS CONSTELAÇÕES E MANCHAS SIDÉREAS BORORÓ:
AS CONSTELAÇÕES E MANCHAS SIDÉREAS BORORÓ:
DESENHOS DE CONSTELAÇÕES
BORORÓ
CONSTELAÇÕES INDÍGENAS – 10
O Sol e
seus Mitos
A maneira que os Índios veem o Sol, e saber da importância que
ele representa para os índios brasileiros, como para a contagem do tempo.
Povo: Tupi-Guarani
Povo: Tupi-Guarani
Povo: Tembé Tenetehara
Povo: Bororó
Guaraci (ou Quaraci)
Guaraci (ou Quaraci)
KWARAHY MÉRI
- Sol
O
Sol também é visto da forma masculina
entre os índios.
Assim como para outros Povos Antigos, o Sol era (e
ainda é em algumas tribos) visto como um Grande Deus, afinal, é o Sol que dá à luz,
fornece as condições necessárias para o cotidiano de todos, e principalmente, o Sol é o astro responsável pela vida na Terra.
É de acordo com o caminho traçado pelo Sol que os índios enterram seus mortos,
constroem a casa do Cacique e descobrem a época do ano, assim como o horário do
dia.
O Sol descreve dois movimentos aparentes, que é o diário (Leste-Oeste) e outro na linha do horizonte, a cada dia mais ao sul ou ao norte.
O Sol descreve dois movimentos aparentes, que é o diário (Leste-Oeste) e outro na linha do horizonte, a cada dia mais ao sul ou ao norte.
Ao observar esses movimentos, os índios sabem a hora do dia (movimento Leste-Oeste)
e as estações do ano (posição mais ao norte ou ao sul durante a alvorada e o
ocaso).
Como a região sul do céu é mais rica em estrelas, à frente da casa dos
caciques fica voltada para o sul.
Para os ÍNDIOS TEMBÉ-TENETEHARA, o surgimento do Sol no
horizonte leste é chamado de KWARAHY-HEM-HAW - (Sol do início do dia), e no final do dia, quando se põe à oeste, é
chamado de KWARAHY-WIXW-HAW - (Sol que encerra o dia).
O Sol nasce
sempre no lado leste do céu, porém não é correto afirmar que isso ocorre sempre
na mesma posição.
Esse fato é conhecido pelos índios que observam esse deslocamento sutil
do Sol, e por isso, conhecem as estações do ano.
No início da estação seca, ele surge e desaparece mais ao norte, e no
início da estação das chuvas, o Sol nasce e se põe mais para os lados do Sul.
Observando a posição da Alvorada
e do ocaso do Sol, os índios identificam o início e o fim das estações do ano.
Para perceber essa mudança sutil, eles utilizam árvores ou pedras para
marcar as posições dos astros de acordo com um determinado ponto de vista.
AS
ESTAÇÕES DO ANO - (Tembé-Tenetehara)
KWARAHY - SECA
AMAN - CHUVA
KWARAHY, além de ser o nome do Deus Sol, é o nome da estação seca para os índios Tembé-Tenetehara.
AMAN - CHUVA
KWARAHY, além de ser o nome do Deus Sol, é o nome da estação seca para os índios Tembé-Tenetehara.
Essa estação se inicia próximo do dia 21 de junho.
AMAN (estação das chuvas), inicia-se por volta do dia 21
de dezembro.
GNÔMON
Desde a Antiguidade, Gregos, Romanos, e vários
outros povos também utilizavam esse dispositivo
para marcar o tempo nos dias ensolarados.
Observando
a sombra da haste de madeira projetada no chão, podemos saber a duração do dia,
os períodos matutino e vespertino (separados pelo meio-dia), além de determinar
os pontos cardeais.
OS ÍNDIOS TEMBÉ-TENETEHARA utilizam o GNÔMON, que é basicamente uma haste a 90° em relação ao solo, em local aberto, para que a luz do Sol faça com que a sobra da haste projetada no chão indique o horário do dia.
OS ÍNDIOS TEMBÉ-TENETEHARA utilizam o GNÔMON, que é basicamente uma haste a 90° em relação ao solo, em local aberto, para que a luz do Sol faça com que a sobra da haste projetada no chão indique o horário do dia.
A Eclíptica (movimento que o Sol descreve no céu) é conhecido pelos TEMBÉ-TENETEHARA como KWARAHY-KAMY (Caminho do Sol).
HORAS DO DIA (BORORÓ)
MERIRUTU TABO
O nascer do Sol
MERI DIETA PAGOGWA KEJEDE TABO
O Sol está no nível da boca
Logo após o nascer do Sol
MERI PAIDIAKA KEJEDE TABO
O Sol está no nível dos olhos
De manhã cedo
MERI DIETA PAGUDO KEJEDE TABO
O Sol está no nível da testa
Do meio da manhã até antes do meio-dia
MERI DIETA PAGAIA KEJEDE TABO
O Sol está em cima da cabeça
Meio-dia
MERI TERAWUJI PAGAWORA DIOKIDO TABO
O Sol está em nosso cangote (Sol atrás da cabeça)
Primeiras horas da tarde
HORAS DO DIA (BORORÓ)
MERIRUTU TABO
O nascer do Sol
MERI DIETA PAGOGWA KEJEDE TABO
O Sol está no nível da boca
Logo após o nascer do Sol
MERI PAIDIAKA KEJEDE TABO
O Sol está no nível dos olhos
De manhã cedo
MERI DIETA PAGUDO KEJEDE TABO
O Sol está no nível da testa
Do meio da manhã até antes do meio-dia
MERI DIETA PAGAIA KEJEDE TABO
O Sol está em cima da cabeça
Meio-dia
MERI TERAWUJI PAGAWORA DIOKIDO TABO
O Sol está em nosso cangote (Sol atrás da cabeça)
Primeiras horas da tarde
MERI DIATI PAGABARA KEJEDE
TABO
O Sol está no rumo do nosso cangote
Meio da tarde
MERI DIATI PAGIDORU KEJEDE TABO
O Sol já está no pescoço
Meio para o Fim da tarde
MERI REKODU TABO
Já correu o Sol
Fim da tarde
MERIBUTU TABO
Pôr-do-Sol
O Sol está no rumo do nosso cangote
Meio da tarde
MERI DIATI PAGIDORU KEJEDE TABO
O Sol já está no pescoço
Meio para o Fim da tarde
MERI REKODU TABO
Já correu o Sol
Fim da tarde
MERIBUTU TABO
Pôr-do-Sol
Além de estar presente em Mitos e Lendas, podemos perceber que o Sol era e
ainda é muito observado pelos Índios Brasileiros, e tem um papel fundamental em
seus métodos de contagem do tempo, servindo ainda como Guia para Criações, Construções e Trabalhos feitos na
aldeia.
CONSTELAÇÕES INDÍGENAS - 11
A Lua Zahy
e sua grande importância
A maneira que os índios veem a Lua, e como ela é importante na Cultura Indígena Brasileira.
LUA
Povo: Tupi-Guarani
LUA
Povo: Tupi-Guarani
Povo: Tembé-Tenetehara
Povo: Bororó
JACI ZAHY ÁRI - LUA
Para os Índios
Tupi-Guarani, a Lua é chamada de JACI, Deusa da Noite, e teria sido criada por Tupã (Deus dos Trovões).
Já para os Índios Tembé-Tenetehara e Bororó, a Lua é vista
como masculino, pelos nomes ZAHY e
ÁRI.
Para todos
os Índios, a Lua é responsável pela Contagem dos Meses.
O Mês dos Índios começa logo após a Lua Nova,
quando o primeiro filete de Lua Crescente se apresenta após o pôr-do-Sol.
De acordo
com o Grande Astrônomo Brasileiro Ronaldo R. F. Mourão, "o ciclo lunar corresponde a 29 dias e meio, denominado evolução
sinódica ou lunação”.
A Lua também indica os dias ideais para pesca, plantio, caça, etc.
Entre a Lua Cheia e a Lua Nova está a
melhor época para pesca, caça e plantio.
Entre a Lua Nova e a Lua Cheia, os animais ficam muito
agitados, pois a cada dia as noites se tornam cada vez mais claras.
A Lua também
indica as Marés, e assim, os índios sabem a melhor hora para pescas em alto mar.
Quando o mês dos índios se inicia, com o primeiro filete clareado após a Lua Nova (à oeste), é comum avistarmos o Planeta Vênus, conhecido por nós como Estrela Vésper, e pelos índios como ZAHY IMIRIKO (Mulher da Lua).
Quando o mês dos índios se inicia, com o primeiro filete clareado após a Lua Nova (à oeste), é comum avistarmos o Planeta Vênus, conhecido por nós como Estrela Vésper, e pelos índios como ZAHY IMIRIKO (Mulher da Lua).
Quando o planeta Vênus é visto pela manhã, pouco antes do nascer do Sol à
leste, para nós ela é popularmente conhecida como Estrela D'Alva, e para os índios como ZAHY-TATA-HU (Estrela
que Anuncia o Sol).
O Mito de Zahy (Tembé-Tenetehara), a maioria dos mitos foram criados
para ajudar os homens a identificar os objetos celestes e passar o conhecimento
de geração a geração, servindo como método mnemônico, a fim de repassar
condutas morais e sociais para as gerações futuras.
O Mito
da Lua contado
pelos Índios
Tembé (da
família Tupi-Guarani) explica
porque a Lua existe e o porquê de suas crateras e manchas na superfície.
Em uma
época em que as noites eram escuras e não tinha o brilho da Lua, nasceu um jovem índio chamado ZAHY, filho do cacique mais respeitado que seu povo tivera.
Seu pai,
um velho índio, apesar de já ter dormido com muitas mulheres, nunca abandonara
sua primeira esposa.
Para a
tristeza de toda a nação, esse casal não conseguia ter filhos, e quando ninguém
mais acreditava nessa possibilidade, nasceu o famoso menino Zahy, abençoado por
todos os deuses.
Mas o Menino Zahy logo cedo quebrou seu destino de honrar o pai, e as leis da tribo.
Mas o Menino Zahy logo cedo quebrou seu destino de honrar o pai, e as leis da tribo.
Quando
jovem, o menino desejou uma mulher proibida: sua tia.
Seu pai, o
cacique, já havia determinado o destino de sua irmã (tia de Zahy) para outro
rapaz, mas mesmo assim Zahy não controlou seu amor.
Sempre que
a noite chegava, o ÍNDIO ZAHY entrava no quarto de sua tia para
passar a noite com ela.
A tia,
inconformada com a situação e sem saber quem era o intruso, pediu conselhos
para a índia mais velha da tribo, e então, fez uma armadilha para descobrir
quem era o intruso que se aproximava todas as noites.
Por isso,
preparou uma tigela de jenipapo, que com URUCUM é usado para pinturas corporais.
Caindo na armadilha da tia, Zahy correu para o rio e foi tentar tirar o jenipapo que manchou seu rosto, a fim de não ser descoberto.
Caindo na armadilha da tia, Zahy correu para o rio e foi tentar tirar o jenipapo que manchou seu rosto, a fim de não ser descoberto.
Foi então
que os deuses, a tia e a velha índia descobriram quem era o intruso.
ZAHY trouxe vergonha para seu pai,
e por isso se exilou no céu, que era o lugar mais distante conhecido.
Créditos: Blog AIKEWARA
Até hoje, para tentar tirar as manchas de seu rosto, o
Menino Zahy (Lua)
desce no
rio todos os meses na Lua Nova para lavar seu rosto.
Quando se torna cheia, ele percebe que suas manchas não desapareceram, e
numa tentativa de limpar o rosto, faz chover para tentar tirar suas manchas (na Amazônia é comum chuvas rápidas durante as
noites de Lua Cheia), e depois, desce novamente e se
esconde, que é quando o ciclo se repete.
Os índios acreditam que ZAHY favorece o crescimento das crianças, das plantas e dos animais domésticos.
Os índios acreditam que ZAHY favorece o crescimento das crianças, das plantas e dos animais domésticos.
Existe ainda o ritual chamado de ENCARCAMENTO, que é quando os mais velhos costumam apresentar seus filhos para Zahy
no primeiro dia de Lua Cheia, apertando suas articulações e cantando para que
ele abençoe as crianças a as façam crescer fortes e saudáveis.
As mulheres mostram suas tapiocas para ZAHY pedindo que a mandioca cresça
saborosa.
As árvores menores são sacudidas pelo tronco para que deem frutos sadios
e gostosos, e os animais jovens são levados para danças para que possam dar
leite, carne e couro de qualidade para todos.
OS ÍNDIOS POSSUEM UMA LIGAÇÃO MUITO FORTE COM A LUA.
OS ÍNDIOS POSSUEM UMA LIGAÇÃO MUITO FORTE COM A LUA.
O Mito (Africano) do Saci
Pererê, por exemplo, é na verdade uma versão do Mito Original do Jaci Jaterê (dos índios brasileiros).
Para os Guaranis, JACI
JATERÊ significa
literalmente "Fragmento da Lua", e seria uma espécie de Protetor das Matas.
CONSTELAÇÕES INDÍGENAS – 12
Planetas: Os Astros vistos pelos
índios.
A forma
que os ÍNDIOS (BORORÓS) viam alguns Objetos Celestes, principalmente os Planetas.
OS
ASTROS (segundo os Índios Bororó)
BIKA JÓKU – Marte
BÍKA, anu-branco; ele; ÓKU, olho (olho de anu branco).
Designação:
1. Do olho de anu-branco;
2. Do planeta Marte, vermelho como olho de anu branco.
IKÓRO - Estrela ou Planeta da Madrugada.
IKÓRO - Estrela ou Planeta da Madrugada.
Qualquer Estrela ou Planeta que, segundo as estações, costuma aparecer
de madrugada no horizonte.
IKÚIE – Estrela
IKÚIE – Estrela
Há uma Lenda que narra
que os corpos celestes não são nada mais do que rostos de meninos bororo que
subiram ao céu por meio de um cordel.
IKUIÉJE - (Rosto dos possuidores do fio).
ÁRI - Lua
ÁRI REAÍWU - Acompanhante da Lua
ÁRI REAÍWU - Acompanhante da Lua
Qualquer estrela ou planeta que aparentemente acompanha a Lua.
ÁRI, Lua; REAÍWU, aquilo que
vem depois (Astro
que costuma acompanhar a Lua).
Conforme as Estações
e o Horário, pode ser Vênus, Júpiter ou outro planeta.
BARÓGWA TABÓWU - Astro da madrugada.
BARÓGWA TABÓWU - Astro da madrugada.
Qualquer estrela ou planeta que, segundo as estações, costuma brilhar de
madrugada no horizonte.
BARÓGWA, madrugada; TU, ela; ABO, com; WU, aquele (Aquele
astro que aparece de madrugada).
IKUIÉJE KURIRÉU – Vênus
IKUIÉJE, Estrela; KURIRÉU, o Grande (Grande estrela).
IKUIÉJE UKIGARÉU – Cometa.
Designação genérica de qualquer cometa.
IKUIÉJE, Estrela; U, Ela; KIGARÉU, o Cornudo (Estrela Cornuda).
KUIÉJE – Astro.
Qualquer objeto celeste, exceto o Sol e
a Lua.
MÉRI - Sol
OKÓGE JÓKU – Aldebarã
MÉRI - Sol
OKÓGE JÓKU – Aldebarã
OKÓGE, Peixe Dourado; JI; ÓKU, Olho (Astro
bonito como Olho de dourado).
TUWAGÓU - Designação de certa estrela.
Segundo, Diones Charles Costa de Araújo, "não foi possível identificar o astro”.
IKUIÉJE-DOGE ERUGÚDU - Galáxia (Via-Láctea).
IKUIÉJE, Estrelas; DOGE; RUGÚDU, Cinza (Cinza
de estrelas, Cinza formada de Estrelas).
CONSTELAÇÕES INDÍGENAS - 13
Pinturas
Rupestres e a Visão Indígena sobre o Cosmos.
A Arte
Rupestre Astronômica deixada pelos Antigos Nativos, e que estão espalhadas em diversas
regiões do Brasil.
Qual é a
importância dessas Pinturas
e Desenhos tão antigos?
Pinturas
Rupestres no Parque Nacional da Serra da Capivara, Brasil.
A Arte Rupestre é formada por pinturas ou gravuras deixadas pelo homem pré-histórico
sobre superfícies de rochas, grutas, canyons, etc.
A arte que
chamamos de "Rupestre" é
conhecida como ITACOATIARA em Tupi-Guarani, e significa Pedra Pintada.
Através de estudos e pesquisas da arte rupestre, podemos conhecer o nosso passado, entendendo como outras culturas e povos antigos viam o céu, seu meio-ambiente, sua cultura, seu dia a dia e sua realidade.
Através de estudos e pesquisas da arte rupestre, podemos conhecer o nosso passado, entendendo como outras culturas e povos antigos viam o céu, seu meio-ambiente, sua cultura, seu dia a dia e sua realidade.
O mundo todo
conhece a arte rupestre dos Aborígenes
Australianos, dos Africanos, mas infelizmente, a arte rupestre
deixada pelos Antigos Índios da América do Sul não são amplamente divulgadas ou estudadas, principalmente a Arte Rupestre Astronômica, já que são mais difíceis de serem interpretadas.
Alguns Desenhos Antigos podem ter semelhanças surpreendentes com outras pinturas feitas em continentes e regiões distantes, como é o caso de uma gravura com um círculo no centro e uma circunferência em volta e repleta de raias ao seu redor, encontrada em Boa Esperança, no Paraná.
Alguns Desenhos Antigos podem ter semelhanças surpreendentes com outras pinturas feitas em continentes e regiões distantes, como é o caso de uma gravura com um círculo no centro e uma circunferência em volta e repleta de raias ao seu redor, encontrada em Boa Esperança, no Paraná.
Em Carschenna, nos Alpes
Suíços, por exemplo, existe um desenho muito parecido, que os arqueólogos
estrangeiros estudaram e concluíram que se trata de uma representação solar,
assim como aquela encontrada no Brasil.
AS 7 PIORES CATÁSTROFES NA TERRA
De acordo com a datação e com a interpretação de um dos desenhos, por exemplo, podemos perceber que os Índios observaram um grande cometa muito antes da chegada dos europeus.
Atualmente,
este local está submerso pelas águas da Usina de Salto Caxias.
Provavelmente,
assim como ocorria com outras culturas antigas, esse cometa pode ter
amedrontado os nativos, e muitos rituais, danças e orações devem ter sido
feitas em decorrência do grande cometa, que é um objeto único, diferente de
tudo que vemos normalmente durantes as noites.
A Professora Maria Beltrão, Coordenadora do Projeto Central, na Gruta do Cosmos, no município de Central, Bahia, observou um painel com pinturas rupestres astronômicas, e uma delas parecia retratar a queda de um meteorito.
A Professora Maria Beltrão, Coordenadora do Projeto Central, na Gruta do Cosmos, no município de Central, Bahia, observou um painel com pinturas rupestres astronômicas, e uma delas parecia retratar a queda de um meteorito.
A maioria
das pinturas dessa gruta são semelhantes às de Boa Esperança do Iguaçu, e de
outras existentes em diversas partes do mundo.
Gravuras (réplicas) daquelas encontradas em morros, rochas e grutas espalhadas pelo Brasil.
Gravuras (réplicas) daquelas encontradas em morros, rochas e grutas espalhadas pelo Brasil.
Com certeza, essas são apenas algumas de muitas
que existem, mas que infelizmente não são muito exploradas.
Gravura Rupestre representando o Sol (Boa esperança do Iguaçu - PR)
Gravura Rupestre representando um Eclipse Solar (Boa Esperança do Iguaçu - PR)
Gravura Rupestre representando a Lua (Boa Esperança do Iguaçu - PR)
Gravura Rupestre representando uma Constelação (Boa Esperança do
Iguaçu - PR)
Gravura Rupestre representando uma Conjunção de Planetas (Piraí do Sul -
PR)
Gravura Rupestre representando um Cometa (Boa Esperança do Iguaçu - PR)
Gravura Rupestre representando um Meteoro ou a Queda
de um Meteorito (Central - BA)
Gravura Rupestre, representando o Ciclo Dia e Noite
(Central - BA)
Gravura Rupestre com uma Circunferência e
Pequenos Círculos, sem interpretação. (Boa
Esperança do Iguaçu - PR)
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